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É errado ser LGBTQIA+?

Grupo Reinserir

Primeiro eu queria que vocês pensassem o motivo dessa pergunta. Por que estamos questionando se alguma sexualidade ou identidade de gênero é errada. Pensou aí? Agora, você que é LGBTQIA+ quantas vezes você pegou se questionando isso, hein? E mais quantas vezes você teve que reprimir e esconder a suas relações por pensar isso? A gente vai convocar agora um autor famoso por aqui, o Foucault, e ele tem uma frase que diz “uma esfera de poder cria um discurso de poder” e o que ele quer dizer com isso?

Que algumas instituições criam ao longo da história o que é certo e o que é errado. A esfera religiosa cria o que é pecado, a medicina cria o que é doença. Com objetivos. Isso tem muitos efeitos na nossa vida social, na nossa subjetividade. Isso nos cerceia e nos controla. Até que ponto a gente enquanto LGBTQIA+ não internalizou essas ideias construídas do que é ser LGBTQIA+? Como algo “outro”, um “desvio”, o “anormal”, o “pecador”, o “promíscuo”. Você deixa então de ser um ser humano, em suas particularidades, um cidadão e passa a ser LGBTQIA+ e tudo que, ao longo da história, construíram e te ensinaram ser isso. Só que o quanto essa redução fez com que você, ao longo da história de sua vida, questionasse ser merecedor de algo ou não? De ter direito a algo ou não? Quais são os efeitos disso nas suas relações? Quantas vezes você as desvalidou e as colocou em um lugar de “menos importante”?

Se essas construções têm como objetivo o enfraquecimento, estamos aqui para reforçar a necessidade de fortalecimento e de enfrentamento. Para isso, precisamos questionar sempre o que nos é ensinado. Se nos contarem que é errado, é a possibilidade e a necessidade de questionar se é errado como e para quem.