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Alimentar sintoma do outro não é cuidado.

Grupo Reinserir

Sim. Ou melhor, não! Não é cuidado.

Quantas vezes você percebeu um padrão de comportamento dentro de alguma relação que está vivenciando e segue alimentando ele? Sua família quando você diz que não vai aparecer naquele almoço te dá um gelo e então você move montanhas para ir. Aquele amigo que quando está chateado com você se afasta esperando que vá falar com ele. E o que você faz? Isso mesmo, manda mensagem. A paquera quando você não faz o que espera, começa a te responder de maneira monossilábica e você corre para sempre fazer o que ela diz. E quando faz tudo isso se sente bem, se sente cuidando. E nada de se indispor com o outro, certo?

Errado!

Primeiro, não se culpe. É desconfortável se indispor com o outro. Dá medo. Insegurança.

Em algum momento, dentro das nossas relações, das referências que construímos (e com muita influência da cultura cristã) aprendemos que amor é doação. Que precisamos fazer tudo pelo outro, ser uma pessoa bondosa, que faz tudo pela manutenção da relação.

E no fim?

O outro continua reproduzindo tais comportamentos.
Parece que a conta não fecha, né?

Convenhamos, é cansativo se esforçar para se adaptar a outro, não é? É cansativo guardar todos os incômodos que você acessa e justificá-lo.

Mas, e as suas necessidades? E as suas vontades? Parece que nessa conta, elas não aparecem.

E o que não percebemos é que alimentar sintomas vai fazer com o que o outro não tenha espaço para reconhecer os nossos limites. Não vai dar espaço para o outro se frustrar.

E entender que o amor vive na falta também.

Livre-se da ideia que o outro precisa ter todas as necessidades atendidas.

Arte: o homem esperando pacientemente pelo amor- Susano Correia.