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Ameaça de término como forma de manipulação: um abuso disfarçado de escolha

Grupo Reinserir

Já contamos por aqui que existem características importantes em relações saudáveis, por exemplo: confiança, respeito e comunicação aberta. Mas quando algumas dinâmicas de poder passam a ser estratégias de manipulação? A ameaça de término é uma dessas formas, muitas vezes velada, mas profundamente nociva.

Quando uma pessoa utiliza a possibilidade de romper a relação como forma de controle, o que está em jogo não é apenas a estabilidade do vínculo, mas também a autonomia e a segurança emocional de quem está na posição de ameaça. Frases como “se você não mudar, vou terminar”, “se você fizer isso, vamos terminar” ou “não sei se consigo continuar assim” são, em muitos casos, menos sobre resolver problemas concretos e mais sobre criar um ambiente de medo e submissão.

A manipulação, nesse contexto, cria uma falsa narrativa: a ideia de que o parceiro ameaçado tem o poder de salvar o relacionamento, desde que se submeta às exigências do outro. Isso transforma o afeto em moeda de troca e distorce o sentido de compromisso. Em vez de promover o diálogo sobre as necessidades de ambos, a ameaça de término coloca uma pessoa na posição de controle e a outra sob constante vigilância emocional.

Reconhecer a ameaça de término como uma forma de manipulação é essencial para romper padrões abusivos. É importante diferenciar entre uma comunicação honesta sobre insatisfações na relação — que é legítima — e o uso do medo como ferramenta de poder. Em relacionamentos saudáveis, os desafios são abordados com cuidado e disposição para construção.

Se você se reconhece em uma situação onde o término é usado como ameaça recorrente, pode ser um sinal de que a relação está baseada em dinâmicas disfuncionais. Procurar ajuda psicológica e da sua rede de apoio, pode ser um passo fundamental para compreender a si e buscar formas de romper esse ciclo.