Voltar aos artigos

Até onde vai a compreensão e onde começa a violência?

Grupo Reinserir

Acho que para começar devemos fazer a seguinte pergunta: por que aquela pessoa se sentiu autorizada a falar dessa forma comigo? E de onde vem o medo de dizer “não, você não deve falar dessa maneira comigo”? É muito comum dentro das narrativas a gente escutar e atrelar uma certa superioridade a quem se coloca - e por vezes é colocado - em um lugar de eterna compreensão e de um enorme pacifismo.

“Tudo bem fazer isso comigo, ora, ela (ele) não está bem”
“Tudo bem falar desse jeito, veja o mundo em que vivemos”

Mas será que está em um processo de adoecimento é autorização para ser - muitas vezes - violento com outre? Será que devemos aceitar essas - muitas vezes - violências em nome da compreensão? E mais, que compreensão é essa que nos violenta e nos apaga dentro das relações?

A “bondade” e “compreensão” quase sempre tem um preço, até quando estará disposta (o) a pagá-lo?

A vida vale mais para se bastar apenas com a aceitação do outro, então esse texto é o convite a se colocar mais e colocar mais limites.