Voltar aos artigos

Coronavírus: ciência não se faz sem recursos

Grupo Reinserir

O Coronavírus ganhou o status de pandemia pela OMS (Organização Mundial de Saúde) na última semana. Essa mudança no status somado ao aumento de casos no Brasil (centenas de casos confirmados, tendo São Paulo como cidade mais atingida) e a situação de calamidade na Europa, com campeonatos suspensos, crescimento de pessoas mortas, contribuem para uma histeria e pânico em terras tupiniquins. Um grande debate que surge a partir das projeções de especialistas em relação ao pico da doença aqui no Brasil é sobre nossa capacidade de enfrentamento. Os cortes orçamentários que vem desde o segundo governo Dilma e foi aprofundado por Temer e agora Bolsonaro tem limitado muito as possibilidades para um combate mais incisivo. O teto de gastos implementado no governo Temer por ex, estrangula a oportunidade de um maior investimento na área da saúde a curto prazo. Por falar em saúde, estamos tendo há anos e anos um verdadeiro desmonte do SUS. Muitos equipamentos estão sucateados o que pode ser fatal para um paciente que necessita de cuidados imediatos. A projeção é que o número de casos que necessitarão de UTIs irão transcender nossa oferta de leitos desta unidade. Os cortes em pesquisas praticamente nos inviabiliza de ter uma contribuição mais expressiva no combate, tal como outros países vem trabalhando fortemente, no qual até mesmo Cuba (país com muito menos recursos que o Brasil) vem avançando em trabalhos científicos em prol da saúde global. Mesmo com tais dificuldades, ainda temos pesquisadoras que mesmo com recursos escassos conseguiram sequenciar o genoma do Coronavírus. Fatos como esses nos fazem pensar que poderíamos enfrentar a pandemia com muita mais força se nossos recursos fossem alocados para as necessidades da maioria e não para a manutenção do patrimônio de uma minoria.