E quando quem paga a conta é quem perdeu tudo?

Nos últimos anos presenciamos o aumento desenfreado de plataformas que promovem jogos de azar como o famoso “Jogo do Tigrinho”. Um aumento sem a regulamentação devida, envolvendo investimentos milionários em divulgações com influencers que “conquistaram” bens de luxo a custa de famílias destruídas que patrocinaram essas aquisições.

A conta chegou, mas quem paga? As plataformas, assim como influenciadores digitais enriqueceram de forma descontrolada nos últimos anos a base do pouco que cada pessoa vulnerável tinha. Seja para a conta de luz, o aluguel, ou a mistura da semana. Cada centavo se transformou em um giro na roleta, cada perda se tornou um empréstimo, que se transformou em outra perda, dívidas, desespero, rompimentos familiares e extrema pobreza. O boleto do carro novo daquele influencer foi pago com a vida de várias pessoas que enxergaram um pote de ouro no fim do arco-íris.

Há quem diga que a culpa daquela pessoa que perdeu tudo é dela mesma por almejar dinheiro fácil, mas e quem vendeu essa ideia? Não é no mínimo injusto culpabilizar quem perdeu o que tinha no lugar de quem comprou uma Porsche a vista enquanto aquelas famílias hoje assistem a panela em casa cozinhando vento? Vamos continuar responsabilizando apenas as plataformas enquanto pessoas alimentam essa engrenagem?

A conta mais uma vez chegou no endereço errado.