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"Mãe, não aja como se nada tivesse acontecido. Você me machucou."

Grupo Reinserir

Por vezes, nos deparamos com um padrão: mulheres-mães que brigam, agridem fisicamente, constrangem ou insultam seus filhos; crianças, adolescentes e adultos e depois, quando a poeira baixa, deixam pra lá e agem como se nada tivesse acontecido. Mas que marcas isso deixa?

Assim, estamos ensinando às nossas crias que seu sofrimento não é importante. Não estamos colaborando para que desenvolvam a habilidade de reconhecer e nomear suas emoções e comunicar os próprios limites nas suas relações.

Se você é mãe, pai ou cumpre a função de parentalidade para um outro alguém é indispensável que esteja atenta aos efeitos dessa relação. Por vezes, reproduzimos a dinâmica em que fomos criades, ao longo da vida, como se aquele fosse o “certo”. Dessa forma, repetimos padrões muitas vezes violentos.

Se você perdeu a paciência e agiu de forma agressiva com seu filho, espere o nervoso passar, peça desculpa, reconheça e comunique onde se excedeu. Assim, criaremos pessoas mais seguras, confiantes e felizes.

Se você é este filhe, reconheça até onde essas marcas te consomem, traga o assunto para a terapia, se acolha. Seu sofrimento é válido e é possível lidar com isso de outras formas. Pense também na possibilidade de pontuar, para essa pessoa, os seus limites e o que ela não pode fazer com você.

Lembrando que não é porque somos Família que devemos aceitar as relações que nos ferem. E, claro, precisamos questionar o porquê tantas mulheres-mães seguem sendo sobrecarregadas e desumanizadas a ponto de desumanizarem seus filhos.