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O amor é cego?

Grupo Reinserir

Recentemente acompanhamos por aqui uma série de discussões sobre um reality show que tem como objetivo questionar se o amor é cego. A ideia do experimento é criar uma conexão sem que se vejam e saibam da aparência um do outro. Quando a conexão acontece, o pedido é feito: quer casar comigo? E só então os casais se conhecem.

Mas, o experimento que deveria ter a aparência física como algo secundário está a todo instante nas preocupações dos participantes. Uma fala chamou a atenção, quando uma participante comenta sua experiência no programa “estávamos (mulheres) o tempo inteiro preocupadas se os homens iriam gostar da gente e eles estavam preocupados se eles iam gostar da gente”. Um exemplo claro de como as idealizações e o machismo atravessam as relações. Preocupações com a cor, com o peso e até mesmo com a classe social eram frequentes nas conversas entre os participantes, isso porque o amor não está acima das construções e opressões sociais. O experimento deixa claro que as pessoas esperam um parceiro ideal. Uma idealização baseada nos padrões de beleza construídos.

Mas afinal, o amor é cego?

Se tem uma coisa que o programa nos mostrou é que, não, o amor não é cego! Ele perpassa necessariamente por questões de gênero, de raça, e de classe. Por isso, precisamos refletir sobre as nossas escolhas, sobre as escolhas das nossas relações que aprendemos que são guiadas por algo “superior” que é o amor, mas o experimento deixa claro que amor, assim como atração física também é construção social.

Conta pra gente, cês assistiram o reality? O que acharam?

Arte: Hady Boraey