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O que o tapa de Will Smith pode nos contar sobre limites?

Grupo Reinserir

O que aconteceu no último domingo, noite do Oscar, envolvendo Chris Rock e Will Smith, conta também um pouco para a gente sobre a forma que as pessoas aprenderam a se relacionar umas com as outras.

Nós somos uma sociedade como um todo, que não respeita os limites e espaços alheios. Isto desde pegar no prato do colega uma batata frita (parece algo bem natural, né!? Ou será que fomos nós que naturalizamos? Pensa aí) até “brincadeiras” como a da noite do Oscar, que em um momento posterior fora taxada de “inofensiva”. Inofensiva para quem? Quando foi que aprendemos a naturalizar este tipo de violência e ausência de limites?

Passou da hora de repensarmos a forma como nos relacionamos uns com os outros. Como eu costumo sempre falar nas minhas trocas como os meus pacientes: não somos e o outro também não é de livre acesso.

Podemos ir até um determinado ponto com o outro e vice-versa. Não faz sentido pegar a batata frita no prato do colega sem a sua autorização, não faz sentido ditar para mães como elas devem criar seus filhos, não faz sentido você falar da estética de alguém sem a sua autorização, como acompanhamos com o ocorrido em questão.

O outro não é livre acesso. Você não é livre acesso. Mesmo que seja na nossa fantasia, é importante entender que antes da gente acessar o outro, é necessário a gente passar por uma catraca: os limites.