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Por que falamos tanto em atendimento humanizado?

Grupo Reinserir

Essa é, sem dúvidas, uma das coisas das quais nos preocupamos muito por aqui. Falamos nos textos, nas reuniões, nas sessões, nos encontros… humanizar. É ir além da técnica, da burocratização. É romper com a ideia de que o conhecimento técnico e científico está acima das pessoas, das histórias, das particularidades. É reconhecer que, enquanto profissionais da saúde, não sabemos o que é melhor para cada paciente e que isso precisa ser construído. Humanizar é sobre construção. E construímos diariamente por aqui, treinando e aperfeiçoando a escuta e se implicando no cuidado do outro.

Falamos bastante sobre como a relação terapêutica é, também, reflexos para outras relações. Quanto à nossa auto-cobrança atravessa nossa relação terapêutica? Quanto eu que não consigo me permitir o descanso e estou imerso na lógica neoliberação de produzir o tempo inteiro consigo compreender que meu psi precisa se ausentar por não estar se sentindo bem?

Por isso pensamos por aqui como humanizar, a nós e aos outros, em nossos combinados.

Quando temos o cuidado de avisar a cada paciente sobre as nossas ausências, sobre os feriados, as férias, os congressos, etc. Escutar e entender receios e expectativas enquanto a isso. Quando nos esforçamos para não terceirizar esse contato com milhares de ferramentas de lista de transmissões, stories genéricos, etc
E tudo isso se torna mais fácil quando do outro lado também recebemos acolhimento, quando existe a compreensão de nossos pacientes de que somos mais do que profissionais da saúde. Que também adoecemos, precisamos descansar e de cuidado.

Manter os combinamos é parte importante do processo de humanização da relação terapêutica.

Faz sentido para você?